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sexta-feira, 1 de março de 2013

Fonte: Livreto explicativo "O Domínio da Vida" da AMORC.

  As origens tradicionais da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis
remontam às Escolas de Mistérios do Egito Antigo.

  O nome oficial, em latim, de nossa Fraternidade é Antiquus  Mysticusque Ordo Rosae Crucis, do qual se deriva a sigla A.M.O.R.C. A tradução desse nome para a nossa língua é Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis. Nosso símbolo, uma cruz dourada com uma rosa semi-desabrochada no centro, não tem conotação religiosa; o símbolo da cruz é anterior ao Cristianismo e não é, necessariamente, um símbolo religioso, mas liga-se a um significado filosófico e metafísico. Na Cruz Rosacruz a Cruz simboliza a matéria e o corpo humano, a Rosa representa o desabrochar da consciência através da experiência corporal ou material. Unidos, a Rosa e a Cruz representam as experiências e os desafios de uma vida reflexiva bem vivida rumo à Consciência cósmica, ou Iluminação. Com nosso nome e símbolo reepresentamos a antiga e autêntica Fraternidade dos Rosacruzes, que perpetua a verdadeira tradição Rosacruz desde séculos passados até o presente. A história de nossa Organização pode ser dividida em duas fases: tradicional e cronológica.

Raízes no mundo antigo

  A Ordem Rosacruz, AMORC tem suas raízes no Egito Antigo, remontando a aproximadamente 1500 a.C. Naquela época a palavra mistério designava uma sabedoria secreta, sem a conotação de hoje, de algo “fantasioso”. Tratava-se de conhecimento arcano. Assim, a expressão “ser introduzido nos mistérios menores e maiores” designava um processo iniciático e filosófico muito especial. Na época em que estamos considerando surgiram no Egito grupos seletos formados para investigar os mistérios da vida, do homem e do Universo. Eram formados por pessoas livres de sectarismos, interessadas nas ciências, filosofias e artes, cuja pesquisa transcendia o aspecto puramente material desses assuntos e se remetia à sua dimensão sutil. Só aspirantes sinceros à sabedoria, e que satisfaziam certos testes, eram considerados dignos de serem iniciados neste conhecimento. Desses grupos surgiram as Escolas de Mistérios.
  Os primeiros Membros destas Escolas se reuniam em câmaras secretas de magníficos e velhos Templos, nas quais, como candidatos, eram iniciados nos Mistérios. Segundo a Tradição Rosacruz, as grandes pirâmides de Gizé, ao contrário do que afirmam historiadores, não foram construídas para serem tumbas de faraós, mas para servirem de local de estudo e iniciação. Ao longo dos séculos essas Escolas de Mistérios evoluíram gradativamente para grandes Centros de Saber, atraindo estudantes de todo o mundo conhecido.

  O Faraó Tutmés III (1500 a 1447 a.C.) organizou a primeira Fraternidade de Iniciados baseada em princípios perpetuados hoje pela Ordem Rosacruz, AMORC. Mais tarde, o Faraó Amenhotep IV foi iniciado a essa Fraternidade. Ele foi tão inspirado pelos ensinamentos esotéricos que deu um sentido completamente novo à religião, à filosofia e à arte do Egito. Amenhotep IV estabeleceu uma filosofia que reconhecia Aton, o disco solar, como símbolo da Divindade única, a base da própria vida, o símbolo da Luz, da Verdade e da Bem-aventurança. Este faraó é considerado por historiadores o primeiro monoteísta da história. Por isso mudou seu nome de Amenhotep para Akhenaton… Embora a religião politeísta tenha sido restabelecida após a morte de Akhenaton, a idéia mística foi lançada na consciência humana e sua chama nunca mais se apagou.


  Séculos depois, filósofos como Tales, Pitágoras, Sólon, Platão, Plotino e outros viajaram para o Egito e foram iniciados nas Escolas de Mistérios. Trouxeram, então, aquele avançado saber e sabedoria ao mundo ocidental. Suas experiências são os primeiros registros daquilo que acabou crescendo e florescendo na Ordem Rosacruz. O nome Rosacruz, contudo, viria séculos depois, mas a Ordem sempre perpetuou sua herança de antigos símbolos e princípios. 


Os primórdios na Europa

  Foi na época de Carlos Magno (742-814 d.C.) que a Ordem Rosacruz foi introduzida na França, e deste país se espalhou para grande parte da Europa ocidental. Por toda a Europa medieval esse conhecimento esteve com freqüência oculto em simbolismos como os da Alquimia, da Cabala e nos Rituais de Ordens de Cavaleiros. Os alquimistas cumpriram um papel extraordinário na história da Ordem Rosacruz. Seu verdadeiro propósito não era, como muitos pensam, a mera transmutação do chumbo em ouro, mas sim a transmutação do chumbo das imperfeições humanas no ouro da sabedoria. Tratava-se de um processo simbólico e iniciático interior e não exterior. Alguns dos renomados alquimistas Rosacruzes, em épocas
diferentes, foram Albertus Magnus, Roger Bacon, Paracelso, Cagliostro, Nicholas Flamel e Robert Fludd.


  Quando a Renascença irrompeu na Europa com um ímpeto de novo interesse pelas artes e pelas ciências, num clima de mais liberdade, os Rosacruzes deram a se conhecer amplamente, publicando três Manifestos deste então célebres na história: Fama Fraternitatis,Confessio Fraternitatis e O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz, que apareceram respectivamente em 1614, 1615 e 1616. De modo geral, eles conclamavam as pessoas da época, principalmente os líderes de pensamento, a assumirem uma dimensão mais filosófica, mística e universalista da vida, revelando que a Ordem Rosacruz guardava uma
ciência que permitia essa consecução.
  Esses Manifestos, hoje históricos, suscitaram numerosas reações, não somente da parte dos meios intelectuais, mas também das autoridades políticas e religiosas.


  Por essa época, o célebre filósofo, ensaísta e estadista inglês Sir Francis Bacon (1561-1626) era o Imperator (presidente) da Ordem Rosacruz tanto na Inglaterra como no continente. Seu livro "A Nova Atlântida" estabeleceu um plano de uma Colônia Rosacruz na América do Norte.


  No final do século XVII, seguindo o plano proposto por Francis Bacon, um grupo de líderes Rosacruzes foi organizado para estabelecer as artes e as ciências Rosacruzes na América do Norte. Em 1694 cruzaram o Oceano Atlântico num navio especialmente fretado, o Sarah Maria, sob a liderança de Johannes Kelpius, Mestre de uma Loja Rosacruz da Europa. Desembarcando na Filadélfia, lá fundaram sua primeira Colônia.
Mais tarde se mudaram para a Pensilvânia, fixando-se em Ephrata. Essa Comunidade Rosacruz fez uma valiosa contribuição para a então emergente cultura americana. Eminentes americanos como Benjamin Franklin, Thomas Jefferson e Thomas Paine estiveram intimamente ligados a esses Rosacruzes.


A Ordem Rosacruz na atualidade

  No início do século XX a Ordem encontrava-se adormecida na América, mas ativa na França e em outras partes do mundo. Para despertá-la uma vez mais em solo americano, o jornalista, filósofo, cientista e místico Dr. H. Spencer Lewis viajou para a França em 1909, onde, na cidadela de Toulouse, foi devidamente iniciado à Rosacruz autêntica e investido na responsabilidade de restaurar a Ordem nas três Américas. Com Lewis como Imperator a Ordem Rosacruz, AMORC foi restaurada em 1915, em Nova York. Em 1927 a Ordem mudou-se para San Jose, Califórnia,estabelecendo um notável Parque Rosacruz como sede. 

  Desde então a Ordem conheceu um progresso que nunca tivera em sua longa história, afirmando-se primeiramente nas Américas, e depois, de forma unificada, em todo o planeta. Hoje a AMORC está presente na maioria dos países do mundo civilizado. Centenas de milhares de pessoas têm sido estudantes do sistema Rosacruz, beneficiando-se de um conhecimento que está além da ciência e da religião e que, não obstante, unifica as verdades científicas e religiosas. Homens e mulheres participam da Ordem em condição de absoluta igualdade, sem consideração de religião ou raça. Ao longo da história, muitas pessoas eminentes nos campos das ciências e das artes estiveram associadas à Ordem Rosacruz. Alguns deles foram: Leonardo Da Vinci (1452-1519), Cornelius Heinrich Agrippa (1486-1535), Paracelso (1493-1541), François Rabelais (1494-1553), Teresa de Ávila (1515-1582), João da Cruz (1542-1591), Francis Bacon (1561-1626), Jacob Boehme (1575-1624), René Descartes (1596-1650), Blaise Pascal (1623-1662), Baruch Spinoza (1632-1677), Isaac Newton (1642-1727), Gottfried Wilhelm Leibnitz (1646-1716), Benjamin Franklin (1706-1790), Thomas Jefferson (1743-1826), Michael Faraday (1791-1867), Marie Corelli (1855-1924), Claude Debussy (1862-1918), Erik Satie (1866-1925) e Edith Piaf (1916-1963).

Misticismo, uma religião?

  A AMORC é uma filosofia e não impõe nenhum tipo de crença. Os Estudantes Rosacruzes vêm de uma diversificada formação cultural e religiosa. O fato de uma pessoa se tornar um Estudante Rosacruz absolutamente não requer que ela abandone sua religião, una-se a uma ou modifique suas crenças religiosas. Os Estudantes Rosacruzes provêm de todas as denominações religiosas e, mediante os nossos ensinamentos, muitos alcançam uma compreensão melhor dos princípios místicos fundamentais de suas crenças. Aqueles que não pertencem a nenhuma religião em particular, com freqüência descobrem um senso de conexão com uma Inteligência Superior que estava faltando em sua vida.


Uma sociedade secreta?

  Por vezes atribui-se aos Rosacruzes o rótulo de “Sociedade Secreta”. Atualmente isso não corresponde à verdade, mas já foi válido em séculos passados. Em todas as épocas aqueles que buscavam a Verdade, a despeito da versão oficial da mesma, e atentavam expor a seus semelhantes, se tornaram objeto de perseguição, seja por governantes tirânicos ou sistemas religiosos dogmáticos. Devido a essa perseguição, por vários séculos a Ordem Rosacruz teve que se ocultar sob vários nomes. Isso se deu contrariamente à sua vontade e ao desejo dos Rosacruzes. Não obstante, em todos os tempos a Ordem nunca cessou suas
atividades, perpetuando seus ideais e ensinamentos, participando direta ou indiretamente no avanço das artes, das ciências e da civilização em geral, sempre enfatizando a igualdade dos sexos e a verdadeira fraternidade de toda a humanidade. Felizmente, hoje a Ordem já pode atuar abertamente, em benefício de todos os que se interessarem por seus estudos.

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